Tributação no agronegócio quais impostos impactam produtores rurais

A tributação no agronegócio é uma das maiores preocupações dos produtores rurais no Brasil. 

Com uma cadeia produtiva extensa e atividades que variam de pequenos cultivos a grandes exportações, entender os tributos incidentes é fundamental para garantir regularidade fiscal, planejamento e rentabilidade no campo.

Neste artigo, explicamos como funciona a tributação no agronegócio, quais são os principais impostos aplicáveis ao produtor rural, as formas de apuração e como manter a atividade produtiva em conformidade com a legislação tributária.

A importância de entender a tributação no agronegócio

O agronegócio representa uma parcela significativa do PIB nacional. Apesar disso, é um dos setores com maior complexidade tributária. Muitos produtores ainda operam de forma informal, o que pode acarretar penalidades, além de dificultar o acesso a crédito e a outros benefícios fiscais.

Compreender a tributação no agronegócio permite:

  • Reduzir riscos de autuações;

  • Identificar oportunidades de incentivos fiscais;

  • Planejar corretamente os investimentos;

  • Otimizar o recolhimento de impostos e contribuições.

Quais tributos incidem sobre o agronegócio?

A seguir, listamos os principais tributos que impactam diretamente a tributação no agronegócio:

Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF)

O produtor rural pessoa física deve declarar anualmente o Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), quando seu faturamento ultrapassa R$ 4,8 milhões por ano. Nesse caso, o IR incide sobre o lucro da atividade rural.

  • Alíquota: pode variar de 7,5% a 27,5%, conforme a tabela progressiva.

  • Permite dedução de despesas diretamente relacionadas à produção.

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)

Produtores que constituem uma empresa (pessoa jurídica) para gerir a atividade rural podem optar por diferentes regimes de apuração, como o Lucro Real ou Presumido.

  • Lucro Presumido: alíquota de 15% sobre uma base presumida de lucro.

  • Lucro Real: apuração com base no lucro contábil, com possibilidade de deduções.

A escolha do regime interfere diretamente na tributação no agronegócio e deve considerar volume de receita, margem de lucro e estrutura operacional.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Incide para empresas (PJ), com alíquotas de:

  • 9% no Lucro Real;

  • 12% no Lucro Presumido para empresas do setor rural.

PIS/Pasep e Cofins

Tributos federais incidentes sobre o faturamento:

  • No regime não cumulativo (Lucro Real), as alíquotas são de 1,65% (PIS) e 7,6% (Cofins).

  • No regime cumulativo (Lucro Presumido), as alíquotas são de 0,65% e 3%, respectivamente.

Importante: há isenção parcial ou total de PIS/Cofins para algumas atividades do setor agropecuário, dependendo do produto e da forma de comercialização.

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

Esse tributo estadual incide sobre a circulação de mercadorias, como grãos, carne, leite, entre outros. A alíquota varia conforme o estado e o tipo de produto.

A tributação no agronegócio com relação ao ICMS é complexa, pois há diversas isenções, reduções de base de cálculo e regimes especiais de substituição tributária.

Funrural (Contribuição Previdenciária Rural)

A contribuição previdenciária sobre a receita bruta da comercialização da produção rural é obrigatória, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

  • Alíquota total de 1,2% (sendo 1,0% para a Previdência e 0,2% para o RAT);

  • Pode ser substituída por contribuição sobre a folha de pagamento, se houver empregados.

Quais são os regimes tributários possíveis?

Quais são os regimes tributários possíveis - ADCAL Contabilidade

A forma de tributação muda dependendo da estrutura adotada pelo produtor rural.

Produtor rural pessoa física

Tributa-se com base no Livro Caixa, que deve ser entregue junto à Declaração do IRPF. O resultado da atividade rural (receita menos despesas) é somado aos demais rendimentos do contribuinte.

Produtor rural pessoa jurídica

Pode optar entre os seguintes regimes:

Simples Nacional

Embora vantajoso para pequenos empreendimentos, nem todas as atividades rurais se enquadram. Há restrições específicas, como tipo de produto e faturamento (limite de R$ 4,8 milhões/ano).

Lucro Presumido

Indicado para empresas com margem de lucro estável e despesas controladas.

Lucro Real

Obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões/ano ou que exerçam determinadas atividades, esse regime permite deduzir todas as despesas da atividade rural.

Benefícios fiscais para o agronegócio

A tributação no agronegócio contempla uma série de incentivos e isenções que podem reduzir significativamente a carga tributária. Alguns exemplos:

  • Isenção de IPI para máquinas e equipamentos agrícolas;

  • Reduções de base de cálculo no ICMS para insumos agropecuários;

  • Créditos presumidos de ICMS para determinados produtos;

  • Suspensão de PIS/Cofins na exportação de produtos rurais.

Esses benefícios devem ser corretamente documentados e utilizados para evitar questionamentos fiscais.

Obrigações acessórias do produtor rural

Além dos tributos, o produtor rural deve cumprir diversas obrigações acessórias. Entre elas:

  • Escrituração do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR);

  • Emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e);

  • GFIP, DCTFWeb e eSocial (para quem possui empregados);

  • DIRF e EFD-Reinf, conforme o caso.

Manter essas obrigações em dia é parte essencial da gestão tributária no campo.

Riscos da informalidade no campo

Muitos produtores ainda atuam de forma informal, vendendo sua produção sem nota fiscal e sem registro contábil. Isso pode acarretar:

  • Impedimento para acessar crédito agrícola;

  • Perda de incentivos fiscais;

  • Fiscalizações e autuações por parte da Receita Federal ou estadual;

  • Dificuldade para formalizar parcerias comerciais.

A formalização é, portanto, uma estratégia de proteção e crescimento da atividade rural.

Como melhorar a gestão tributária no agronegócio?

A seguir, apresentamos boas práticas para otimizar a tributação no agronegócio:

✅ Mantenha uma contabilidade rural especializada

A contabilidade especializada no setor agrícola conhece as especificidades da legislação e pode identificar oportunidades de economia tributária.

✅ Avalie periodicamente o regime tributário

O regime escolhido pode deixar de ser vantajoso à medida que o negócio cresce. Avaliações anuais garantem a adequação ao cenário econômico.

✅ Utilize tecnologias de gestão

Softwares de gestão agropecuária auxiliam no controle de custos, na emissão de notas e no registro de receitas e despesas.

✅ Conheça os incentivos fiscais do seu estado

Cada estado possui políticas próprias de incentivo ao agronegócio. Ficar atento a esses programas pode gerar grande economia.

Conclusão

A tributação no agronegócio é um fator determinante para o sucesso financeiro de produtores rurais de todos os portes. Com planejamento adequado, regime tributário correto e apoio de especialistas, é possível não apenas evitar problemas com o fisco, mas também aumentar a competitividade do negócio.

Produtores que desejam prosperar devem manter atenção constante à legislação, adotar boas práticas contábeis e buscar o máximo aproveitamento dos benefícios fiscais disponíveis.

Se você é produtor rural e quer garantir mais segurança e economia na sua atividade, conte com o apoio de uma contabilidade especializada no agronegócio.

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