Sucessão familiar no agronegócio: quais são os desafios?
Uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC) e a JValério Gestão e Desenvolvimento intitulada “Governança e gestão do patrimônio das famílias do agronegócio” apontou, dentre 207 gestores ouvidos no Brasil, que mais de 80% dos empreendimentos são comandados pelos fundadores (41%) ou pela segunda geração (41%). Apenas 16% dos gestores compõem a 3ª geração e só 1% são da quarta adiante.
A partir da interpretação desses dados percebe-se que o setor do agronegócio é marcado pelo cenário de sucessão familiar, isto é, baseado em temáticas como contextos familiares, sistemas produtivos e formas de gestão.
Por isso é que essa temática perpassa por questões familiares e pessoais as quais envolvem emoções e situações delicadas.
Neste contexto, se você passa por um processo de repasse de um patrimônio, saiba que a cultura familiar é determinante para o sucesso ou não da sucessão nos negócios.
Quer conhecer mais sobre o assunto? Continue a sua leitura e descubra os maiores desafios do processo de sucessão familiar no agronegócio.
Afinal, o que é sucessão familiar?
A sucessão familiar diz respeito à entrega do patrimônio que era gerido por um líder, e que passou a ser posse de outra pessoa da família.
Deste modo, divergências podem vir à tona e impactar negativamente uma empresa do setor de agronegócio e o diálogo acerca de como será realizada a sucessão pode ficar mais complicado do que se imagina.
Um processo de inventário, por exemplo, requer uma transição do patrimônio que seja fundamentado na segurança, na confiança e na tranquilidade. Somente assim, haverá menos complicações neste processo.
Quais são os desafios da sucessão familiar?
A pesquisa “Governança e gestão do patrimônio das famílias do agronegócio” apontou ainda que 40% dos negócios apresentam um plano de sucessão e que a troca no comando deve acontecer de ‘pai para filho’.
Convém ressaltar que apenas 5% dos participantes consideram contratar um executivo fora do núcleo familiar para gerir o negócio.
1.Planejamento da sucessão familiar
Para afastar problemas e desgaste emocional é imprescindível realizar um planejamento na sucessão familiar e de acordo com o estudo, um dos maiores desafios na sucessão familiar é que apenas aproximadamente 66% das empresas que organizam os segmentos do agronegócio constroem um plano sucessório.
As empresas que se dedicam à pecuária são as que têm menor aderência em relação ao planejamento do processo de sucessão: apenas 20%.
Isso porque a sucessão familiar é um processo que demanda a transferência do controle de empresa ou de posição-chave de herdeiros.
Dessa forma, é preciso criar um plano de sucessão, atividade que tem como objetivo definir quais serão os profissionais sucessores para estes cargos.
2. A composição da sociedade
A segunda geração familiar escolherá aquele que assumirá as seguintes funções: líder diante do conselho da família, gestor e investidor, considerando as competências adequadas a cada uma delas.
É preciso decidir a composição da sociedade, uma vez que decidir os sucessores de uma empresa implica lidar com os sócios.
Tal medida é essencial, já que a composição da sociedade representa a maior causa dos conflitos e disputas familiares mal resolvidas.
Esta composição não pode repetir a da primeira geração, ou seja, com apenas um dono.
3. A escolha do sucessor
Um sucessor indicado, geralmente, é alvo de constantes provocações e sua capacidade pode ser colocada em cheque o tempo todo, sobretudo, se ele for escolhido pelo criador da empresa de agronegócio.
Portanto, é mais viável criar possibilidades para que os herdeiros indiquem em conjunto qual será a nova liderança.
4. O elemento comunicação
É preciso definir um líder que direcione os diálogos entre os sócios. Isso porque a escolha de alguém para ser o porta-voz do grupo, necessariamente, perpassa pela seleção de um indivíduo que saiba comunicar, que tenha capacidade de ouvir, de dialogar com todos e por fim de promover consenso.
Agora que você já conhece os principais desafios quando o assunto é sucessão familiar no agronegócio. Saiba como administrar um cenário como este!
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A partir disso, sua família ficará ciente da atual situação financeira do negócio. Com isso, a definição de um planejamento estratégico será feita e os objetivos do seu agronegócio serão redefinidos com maior precisão.
Neste contexto é que os sucessores e os sócios conseguirão compreender melhor o funcionamento do negócio e tomar decisões cada vez mais assertivas.
É necessário ressaltar que além dos benefícios citados, a implementação de uma gestão financeira eficiente em um empreendimento é responsável por proporcionar aos gestores de um agronegócio o devido tempo para se dedicar às questões e regimentos específicos que envolvem a atividade econômica principal da empresa.
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